VIANA DO CASTELO
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O luxo do século XXI vai ser viver em cidades mais pequenas, com menos trânsito e mais mar, com menos prédios altos e mais casas contemporâneas, de preferência à beira da praia, com menos stress e com mais tempo, com menos nuvens indiferenciadas de pessoas e mais comunidades próximas e solidárias. Se Portugal é fértil neste tipo de cidade - hospitaleira, acolhedora, segura -, o Norte é-o ainda mais. Isso ajudará a explicar por que razão o país que em 2018 foi considerado, pelo segundo ano consecutivo, como o melhor destino turístico do mundo, voltou a bater o recorde de visitantes, recebendo mais de 24 milhões de turistas. E por que razão tantos dos que chegam nunca mais querem partir, acabando por comprar aqui um imóvel. Só no ano passado foram quase 80 mil os estrangeiros que decidiram comprar uma propriedade portuguesa em Vila do Conde, considerada uma das melhores cidades do norte para morar. Mas neste encantado litoral nortenho, há uma cidade que se destaca como a rainha da sedução: Vila do Conde.
A cidade, integrada no distrito do Grande Porto, beneficia de quase todas as qualidades das pequenas localidades de praia, estando ainda por cima a escassos minutos do aeroporto. Mas não seria a mesma sem as Caxinas, essa comunidade plantada à beira-mar, que guarda uma longuíssima tradição de famílias de pescadores e rendilheiras. Daí a Igreja em forma de barco batizada, com toda a propriedade, de Nosso Senhor dos Navegantes, segunda casa de todos os caxineiros. De acordo com várias versões etimológicas atribuídas às Caxinas, o nome da comunidade significa "nevoeiro denso muito frequente junto ao mar", mas também pode significar "soltar gargalhadas de escárnio em grande esfuziada". Esta definição estará relacionada com a secular alegria das mulheres de Vila do Conde. Se o homem é tenaz e resiliente, a mulher é faladora e festiva. Ainda hoje a cidade é exímia na arte do convívio.
Antigamente, as Caxinas, o lugar mais populoso do perímetro urbano de Vila do Conde, erigido entre o rio e o oceano, era apenas um povoado no meio das dunas, do sal e das barcaças, local de eleição de férias para uma grande fatia das famílias portuguesas. Escritores como Raul Brandão e José Régio dedicaram dezenas de páginas nas suas obras com odes a este lugar de "paraísos perdidos". Com o tempo, o lugar cresceu, desenvolveu-se, emancipou-se e tornou-se a maior comunidade piscatória do país, afirmando-se também como um pólo forte no setor da indústria conserveira. Mas sobretudo consolidou-se como centro balnear de excepcional qualidade e certificou-se como novo recinto residencial de referência.
O que antes era tempestade, hoje é bonança. Onde antes proliferavam terrenos arenosos, hoje existem apartamentos modernos (T2, T3, T4) e moradias de arquitetura cintilante, pensadas para tirar o máximo partido do lugar e, por isso mesmo, frequentemente munidas de jardins, terraços, piscinas e vistas deslumbrantes. A comunidade de pescadores abriu hoje espaço, também, a uma legião de jovens famílias que progressivamente procuram este sítio para viver. Fresca, dinâmica, charmosa, repleta de monumentos e de oferta cultural, a cidade que alberga as Caxinas, mas também as freguesias de Árvore e Mindelo, ambas com praias afamadas, é definitivamente uma das cidades mais carismáticas, cosmopolitas e atrativas de Portugal. E, dado curioso, um dos maiores viveiros de futebolistas de campo internacional. Basta pensar em Abel Coentrão, Hélder Postiga ou Paulinho Santos.
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