O Douro, conhecido pela sua riqueza paisagística, patrimonial e cultural, é a estrela do verão de 2020. Consolidado enquanto destino turístico de excelência, o Alto Douro Vinhateiro, a mais antiga região vinícola demarcada do Mundo, não por acaso classificada como Património Mundial da UNESCO, ganhou um novo impulso com a procura de territórios que sejam simultaneamente seguros e sedutores. Os estrangeiros há muito que não abdicam de passar um período de férias na região, nem de ali tentar comprar casa, mas os portugueses só agora parecem estar a redescobrir uma preciosa fatia do Norte de Portugal, que oferece temperaturas altas, privacidade e uma estrondosa beleza.
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As vinhas em socalcos, as escarpas do rio, os granitos e as cascatas das serras do Barroso, do Alvão e do Marão, os lugares pré-históricos de arte rupestre do Vale do Côa, aliados a uma considerável quantidade de quintas vinícolas com vistas para o rio e para a vinha, bem como uma montra gastronómica que desafia a mais disciplinada gula (carne maronesa, alheiras, compotas, vinhos, frutas, legumes, doces de ovos e azeite, esse inigualável património gastronómico duriense), transformam este lugar num dos mais tentadores do mundo. No entanto, a tradição de gozar férias na praia - o que, em Portugal, até é compreensível, dada a extensão da costa e da qualidade do mar -, acabam por relegar, muitas vezes, o Vale do Douro para segundo plano.
Este ano é diferente e, por isso, todos os caminhos vão dar ao Douro. Pode ir de carro, de comboio, de barco, de autocaravana ou até de helicóptero. O que não pode é deixar de mergulhar numa região onde muito provavelmente vai querer comprar um terreno para construir a sua segunda casa, com preços que não vai encontrar em mais lugar nenhum do mundo. Escolha um fim de semana e entregue-se à descoberta. Marque o Porto como ponto de partida (lembre-se de que no Douro Superior vão estar sempre mais cinco ou seis graus de temperatura), não sem antes visitar as caves em que envelhece o vinho do Porto. Depois faça escala nos miradouros e nas quintas, nas aldeias e nas vilas, fique atento às estações de caminhos de ferro e aos azulejos e não deixe de visitar o Parque Arqueológico de Foz Côa, uma galeria de arte rupestre ao ar livre com mais de 25 mil anos, classificada Património da Humanidade, e o respetivo Museu em Vila Nova de Foz Côa, que este ano celebra o décimo aniversário. A visita não ficará completa se não se entregar aos prazeres das provas de vinhos e de queijos e de tudo a que tem direito nesta região.
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Antes de seguir viagem - setembro e outubro são meses perfeitos, por causa das vindimas e dos tons avermelhados que cobrem toda a região -, só tem de escolher o meio de transporte. A ENTREPORTAS vai dar-lhe uma ajuda, avisando que seguir no seu próprio carro é a opção menos interessante.
Há dezenas de empresas marítimo-turísticas no Porto, mas também na vila do Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, que oferecem passeios de uma ou de várias horas, de um ou de vários dias. Fazer um cruzeiro no Douro é uma experiência inesquecível. Em 2019, houve quase dois milhões de passageiros a fazer este passeio. Atualmente, todas as embarcações estão equipadas com máscaras, álcool gel e produtos para a desinfeção que é feita após cada viagem.
Este ano regressou o histórico comboio a vapor do Douro. Tem cinco carruagens de madeira do século XX e percorre a linha ferroviária da região - entre as estações do Peso da Régua (Vila Real) e do Tua (Bragança), com paragem na vila do Pinhão - todos os sábados até ao dia 26 de setembro. O preço do bilhete varia entre 42,50 euros (adultos) e 20 euros (crianças). A lotação está limitada a dois terços da capacidade do comboio, por razões sanitárias.
A mais recente aposta do Douro é no autocaravanismo como prática turística transfronteiriça. A ideia é criar a maior rota europeia de autocaravanismo, composta por 37 estações dos dois lados da fronteira. Do lado português, as estações situam-se no Nordeste Transmontano, entre a Beira Interior Vinhais (Bragança) e o Sabugal (Guarda); do lado espanhol, entre as províncias espanholas de Zamora e Salamanca. A nova rota está inserida na zona raiana que abrange as áreas protegidas do Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Douro Internacional, Parque Natural das Arribas del Duero (Espanha) e parte da Serra da Estrela. Em cada estação há também bicicletas elétricas, sem custo para os utilizadores.
Há já algum tempo que há empresas a disponibilizar um passeio de helicóptero que consiste numa viagem de três horas, ida e volta, com saída do Porto e almoço numa quinta do Douro. Também é possível sobrevoar apenas a cidade do Porto, as pontes e as caves do vinho, numa viagem de dez minutos. Atualmente, não é possível misturar grupos.
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