VIANA DO CASTELO
|
|
|
|
MARINA
+351 258 839 070
(Chamada para a rede fixa nacional)
(Chamada para a rede fixa nacional)
CENTRO
+351 258 800 850
(Chamada para a rede fixa nacional)
(Chamada para a rede fixa nacional)
Viana do Castelo, cidade do Alto Minho com cerca de 86 mil habitantes, foi uma das primeiras cidades do Norte de Portugal a abraçar ativamente a Ucrânia, um país com 44 milhões de pessoas que enfrenta desde 24 de fevereiro uma invasão da Rússia. O município criou já uma rede com mais de três dezenas de empresas instaladas no concelho, para agilizar a recolha de bens essenciais, alojamento e emprego para os refugiados ucranianos. Também já foi criado um endereço eletrónico - [email protected] - e uma linha telefónica para facilitar a comunicação e agilizar a ajuda. O mote é: "Os vianenses recolhem, o município entrega". A cidade, que está a cerca de 45 minutos do aeroporto do Porto, está disponível para receber até 100 refugiados.
O centro logístico está instalado no antigo pavilhão da AIMinho. É ali que associações, instituições e cidadãos poderão fazer as suas doações. O espaço terá as portas abertas entre as 16 horas e as 18 horas, até ao dia 12 de março. Depois, os bens seguirão para a Ucrânia num transporte suportado pelos empresários da cidade. É uma enorme manifestação de solidariedade que está a acompanhar a intensa mobilização da sociedade civil de Viana, cujo emblema - o coração - talvez nunca tenha feito tanto sentido. "É importante planear a recolha dos bens identificados pelo consulado da Ucrânia, no Porto, e centralizar os produtos no centro logístico, para proceder ao seu envio para os países vizinhos", explicou o presidente da Câmara da cidade, Luís Nobre, no portal da autarquia. E acrescentou: "A articulação contínua com o consulado permitiu elaborar uma lista de necessidades prementes, como medicamentos, produtos farmacêuticos, material médico e ortopedia, roupa e sapatos para mulheres e crianças, produtos de higiene para bebés, materiais tecnológicos e equipamentos de comunicações".
Artigo Relacionado: Viana do Castelo candidata a Cidade Criativa da UNESCO em 2020
Esta rede vai ser alargada a outras entidades e contactos, para possibilitar a recolha, em maior escala, de produtos. Serão também encaminhados recursos financeiros para a Cruz Vermelha, UNICEF e para outras Organizações Não Governamentais (ONG). Mas a cidade de Viana do Castelo, também conhecida como a "Pérola do Minho", e onde já vivem cerca de 180 cidadãos ucranianos, vai mais longe neste seu abraço solidário. A ideia, já manifestada publicamente, passa por acolher uma centena de pessoas vindas das várias cidades atacadas na Ucrânia. De salientar que, de acordo com os dados divulgados pela ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ), ao décimo dia de invasão já havia quase dois milhões de pessoas em fuga, muitas delas são crianças sozinhas.
"Nesta altura, temos mais de 30 vagas para alojamento garantido por particulares e por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)", revelou o autarca de Viana, elogiando a "grande disponibilidade" dos empresários da região, para a "integração plena e verdadeira de homens, mulheres e crianças em Viana do Castelo, através de empregos e empregabilidade e alojamento". O próximo passo será criar um fundo de apoio para responder a necessidades de acolhimento que possam vir a surgir. Para já, as empresas da cidade já identificaram a necessidade de ensinar a Língua Portuguesa e de promover ações de formação profissional.
Artigo Relacionado: Viana do Castelo vê reconhecido o seu património cultural imaterial
As manifestações de solidariedade estendem-se por outras cidades do Minho. Em Braga, onde vivem 800 cidadãos ucranianos, já chegou o primeiro autocarro com 45 refugiados. E o número de pessoas anónimas que estão a preparar as suas casas para acolher famílias ucranianas não para de crescer. O voluntariado espalha-se também em Ponte de Lima, de onde já partiu um camião humanitário carregado de produtos. A angariação de bens, dinamizada por uma mulher ucraniana, está a ser feita no quartel dos Bombeiros da vila. E, também ali, o que se pede são produtos de higiene, material de primeiros socorros, alimentação e artigos para bebé.
A verdade é que nesta região ninguém ficou indiferente e toda a gente se tem desdobrado para ajudar. Monção criou um grupo no Facebook chamado "Vamos todos ajudar a Ucrânia", e também já enviou um camião com mantimentos, ração para cães e gatos e medicação. Barcelos criou um endereço - [email protected] - para recolher ajudas e um plano de apoio municipal para procurar soluções residenciais. Esposende também já disse estar pronto para acolher famílias e prestar apoio social, de ensino e de saúde.
Se vive no Minho e pretende, de alguma forma, ajudar as pessoas que ficaram privadas do seu país, da sua casa, da sua família, entre em contacto com uma das entidades aqui mencionadas. Pense nisto: pense que a estrada que vai de Monção a Viana do Castelo está toda cheia de tanques russos. É isso que está a acontecer às portas da Ucrânia: 64 quilómetros de uma compacta coluna de carros blindados, armamento, artilharia e milhares de soldados.
Artigo Relacionado: Conhece estas cores: resiliência e esperança?
